Onde foram parar nossos corpos?
- Lidiane Passos
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Eu trabalho com uma prática da psicologia humanista chamada Focalização, estruturada por Eugene Gendlin — psicólogo e filósofo que, durante mais de dez anos, caminhou ao lado de Carl Rogers. Gendlin descobriu algo precioso: a capacidade humana de sentir antes de compreender racionalmente.
Essa conversa íntima com o corpo que sente — e que tantas vezes é silenciada — me encantou profundamente.
Vivemos em uma sociedade que prioriza o intelecto e a razão, e que aprendeu a desconfiar da sabedoria do corpo. Mas... o corpo sabe. O corpo é mestre. Ele sente antes da mente entender. E quando nos desconectamos dele, perdemos não só nossa sensibilidade, mas também a conexão com a Terra, com o pulsar da vida que habita em tudo.
Recuperar a potência do corpo é também recuperar a potência da Mãe Terra. É escolher um caminho de menos exploração, mais presença.
Minha jornada com o corpo foi construída aos poucos. Explorei práticas como a Bioenergética, os movimentos sistêmicos com suas posturas que despertam sensações, o Yoga que, em cada gesto, nos convida a sentir emoções no presente.

Mas foi com a Focalização que minha escuta corporal se aprofundou. Essa prática me devolveu a confiança no meu sentir.
As emoções, que antes pareciam tão etéreas e perigosas de sentir, começaram a ganhar chão. Hoje, depois de anos praticando, percebo como essa "sensação sentida" — o Felt Sense, como Gendlin nomeou — tornou-se um verdadeiro menu de comunicações internas.
O corpo me fala de formas precisas:Quando sinto perigo, é um gelo que sobe pela espinha.Há momentos em que o rosto esquenta, o coração dispara, há choques sutis pela pele.E, muitas vezes, antes mesmo de entender o que meus olhos estão vendo, meu corpo já sabe.
Ele avisa:"Entre ali.""Se proteja.""Respira."
E eu escuto.Esse é o convite da Focalização: reaprender a escutar o corpo, permitir-se sentir, confiar no que emerge de dentro para fora.
Onde estão os nossos corpos nos processos de autoconhecimento?Quantas vezes deixamos que eles fiquem de fora, como se não fossem parte da cura?
Eu escolhi trazê-lo de volta.E é isso que convido outras mulheres a fazerem também.
Porque quando a gente volta ao corpo, a gente volta pra casa.
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